sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Casa de Campo: a Disneylândia do Caribe


Se você quer desfrutar de belezas naturais inigualáveis e infraestrutura de alta qualidade, o destino certo é o Caribe. Entre as mais diversas opções desse conjunto de ilhas paradisíacas que pontuam os mares da América Central está a República Dominicana. A capital Santo Domingo e as badaladas cidades de Puerto Plata e Punta Cana são alguns dos destinos turísticos mais visitados do país. Mas o suprassumo desse mundo dos sonhos de qualquer turista chama-se Casa de Campo, na província de La Romana. Trata-se de um dos resorts mais magníficos do mundo. E, acreditem, não há exagero nos adjetivos dados ao local. Prova disso são as pessoas que escolheram ter residência na Casa de Campo. Não se espante se cruzar com a cantora colombiana Shakira ou o ator norte-americano Vin Diesel. Eles e outros 2.000 ricaços - entre famosos e anônimos de todo o planeta - desembolsaram, em média, a 'bagatela de US$ 10 milhões para se deleitar com o visual fascinante deste pedaço do Sudeste da República Dominicana, banhado por águas caribenhas.
O empreendimento fica a 40 quilômetros de Punta Cana (onde 50% dos turistas desembarcam) e possui 28 quilômetros quadrados - área equivalente ao tamanho da cidade de Diadema ou o dobro de São Caetano. Ao se hospedar em um dos 300 apartamentos do complexo, você recebe as chaves da ampla habitação e de um carrinho de golfe para se locomover pelo resort, pioneiro na República Dominicana ­- completa 40 anos em 2013. Andar nos pequenos veículos é mais uma das muitas aventuras que se pode vivenciar no local. São três tipos de quartos, nenhum deles inferior à categoria cinco estrelas.
À disposição, serviços de alto padrão aliados a paisagens sem igual (praias de areia branca, vegetação natural e água do mar ora verde, ora azul, mas sempre cristalina). Cenários que também podem ser vislumbrados em outros resorts espalhados pelo país.
Mas os maiores diferenciais da Casa de Campo são as atividades feitas de maneira tranquila (sem a badalação de outros resorts) e exclusiva (já que o tratamento de cada funcionário é quase que individual).
Na parte náutica, uma marina privativa. Pesca em água doce ou salgada, canoagem, vela e mergulho são algumas das alternativas. No setor equestre, um country club com campo de polo, onde são disputados torneios internacionais, e trilhas para passear a cavalo. Há também um estande de tiro - para amadores e profissionais - e a possibilidade de caçar mata adentro.
Para os aficionados por esporte, a infraestrutura impressiona, com nada menos do que cinco campos de golfe, 13 quadras de tênis, centro de ciclismo, fitness e spa. E fique tranquilo: não é necessário levar tacos, raquetes, espingardas ou qualquer acessório. Tudo é disponibilizado pelo resort. Funcionários gabaritados orientam as famílias que querem se iniciar em alguma modalidade por puro lazer. Não à toa, o local é apelidado de Disneylândia dos adultos.
Pode-se chegar à Casa de Campo por terra, céu ou mar. Uma nova rodovia encurtou a distância em relação a Punta Cana. De 70 minutos de carro, o trajeto passou a levar apenas 40 minutos. Também há um porto próximo para quem prefere chegar de barco, e o resort ainda construiu um aeroporto próprio para voos executivos internacionais. Aliás, foram investidos US$ 57 milhões na reforma e na ampliação concluídas em agosto.
O que fica de fora dessa joia tropical são os famosos cassinos. Mas quem fizer questão de apostar alguns dólares pode recorrer ao serviço de transporte da Casa de Campo. Em pouco mais de 30 minutos, você estará em uma mesa de jogo. Boa sorte!
PREÇOS
O turista que quiser curtir essa maravilha dominicana pode hospedar-se no setor hoteleiro ou alugar uma casa particular dentro do complexo. Um imóvel na baixa temporada caribenha - que coincide com a alta no Brasil - sai por US$ 2.000 a diária (cerca de R$ 4.000). Mas dá para ratear. A residência de seis suítes, por exemplo, abriga 12 pessoas. Ou seja, para ficar uma semana no local, custaria R$ 28 mil, valor que, dividido entre os hóspedes, daria R$ 2.300 para cada um. Nada de outro mundo para se deleitar em um ambiente (quase) de outro mundo.
  • O jornalista viajou a convite da Gol Linhas Aéreas Inteligentes e do Ministério de Turismo da República Dominicana.
Para comer com os olhos
O ditado 'comer com os olhos parece que foi criado quando alguém fazia refeição na Casa de Campo. O visual dos pratos, elaborados por alguns dos principais chefs europeus nos 13 restaurantes espalhados por todo o resort, resulta em um enredo que proporciona qualidade aos alimentos, com temperos saborosos e, de quebra, a belíssima vista das paisagens e praias de La Romana. Satisfação garantida! Mas fique atento e verifique a disponibilidade do sistema all inclusive.
As cozinhas mediterrânea, asiática e italiana estão presentes. O destaque, porém, fica mesmo para as delícias do mar. Além do vasto menu ofertado - de tantas opções, fica difícil escolher o que degustar -, o diferencial é sentir a brisa tropical, pois a maioria dos estabelecimentos serve comida ao ar livre. E alguns ainda ficam de frente para a Marina, como o La Casita, que traz em seu cardápio mariscos suculentos e pratos da cozinha espanhola. Não deixe de pedir o mix de frutos do mar, com lula, camarão, filé de peixe, lagostine e lagosta. Se conseguir tirar os olhos do prato, veja alguns dos iates mais luxuosos do planeta parados ao seu lado.
No Beach Culb, da franquia Le Cirque, de Nova York, propriedade à beira-mar da tradicional família Maccioni, na praia Minitas, saboreie carnes grelhadas, massas e saladas. Uma boa pedida para quem já está saciado de frutos do mar é o filé de churrasco com molho de ervas e fritas. Magnífico como a paisagem.


Data: 14/02/2013
Por: Autor não divulgado.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Para sindicatos, mudança do teto não elevará preço Imóveis mais caros impedem uso do FGTS

Na Grande São Paulo, 66% das residências à venda custam mais de R$ 500 mil

O encarecimento dos imóveis nas grandes cidades tem impossibilitado o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para financiar a compra da casa própria. Hoje o trabalhador só pode sacar o FGTS se o imóvel custar até R$ 500 mil. Mas, na Grande São Paulo, por exemplo, o preço de 66% das residências à venda já supera esse limite, segundo a Zap Imóveis.

Isso significa que, quem quiser se livrar do aluguel, terá de ter mais capital próprio e financiar a aquisição com empréstimo bancário, cujas taxas de juros são bem superiores ao rendimento do fundo (de TR + 3%). Na Caixa Econômica Federal, líder na concessão de crédito imobiliário, a taxa para imóveis acima de R$ 500 mil é de 9,4% ao ano para não correntistas. Quem tem vínculos com o banco paga 8,4%.
Umas das críticas é que, enquanto o limite do FGTS é corroído pela inflação e vários trabalhadores são excluídos do "crédito" mais barato, o fundo de garantia muitas vezes aplica, sem critério, o dinheiro do trabalhador em empresas com situação financeira delicada. Desde que o FI-FGTS (fundo de investimento para aplicar no setor de infraestrutura) foi criado, em 2007, ao menos duas empresas beneficiadas enfrentaram problemas graves. A Rede Energia entrou com pedido de recuperação judicial e o Bertin pode ser multado em milhões de reais por não cumprir contratos com o governo federal.
Apesar disso, a briga para que o trabalhador consiga ter acesso ao dinheiro do fundo parece estar longe do fim. A proposta de elevar o limite de R$ 500 mil para R$ 750 mil não é bem vista por algumas alas do governo federal nem pela bancada trabalhista do Conselho Curador do FGTS. Na avaliação do conselheiro Antonio de Sousa Ramalho Junior, representante dos trabalhadores, a prioridade do dinheiro do FGTS é para classes com renda entre média baixa e baixa. "Imóveis acima de R$ 500 mil já não se enquadram nessa categoria. Nossa preocupação é destinar mais recursos para o Minha Casa Minha Vida (MCMV), que já teve o limite elevado para R$ 190 mil."
Reajustes. Ramalho pondera, entretanto, que outras modalidades para aquisição da casa própria têm sido beneficiadas. A compra de terrenos e a construção da casa acabam de ter o limite elevado para R$ 480 mil, sendo R$ 150 mil na compra do terreno e mais R$ 330 mil para materiais e serviços. Uma das preocupações, diz o conselheiro, é que o aumento do limite para compra de imóveis prontos incentive novos reajustes. "Em 2010, quando o governo elevou o teto para R$ 500 mil, os preços subiram junto", completa o presidente do Instituto FGTS Fácil, Mario Avelino.
Para ele, mais eficiente do que elevar o limite do FGTS de uma tacada só seria criar regra para reajustar o valor anualmente pela inflação. "Esse tipo de regra acabaria com a especulação do mercado." Avelino é contra os subsídios dados ao programa MCMV. Neste ano, serão R$ 6,4 bilhões. "O fundo teve lucro de R$ 40 bilhões em dez anos, mas o rendimento para o trabalhador não cresceu na mesma proporção."
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safady, discorda de Avelino. Na opinião dele, é um grande avanço usar os recursos do FGTS para programas sociais. "Quem sustentou a economia na crise foi o fundo de garantia e a poupança." Ele defende o aumento do limite do valor dos imóveis para R$ 750 mil para o trabalhador sacar os recursos do fundo. "A classe média tem dificuldade para usar os recursos."
A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança também reivindica o aumento do teto: "O nosso pleito é para que esse valor seja elevado para que uma camada maior seja atendida", diz Octavio de Lazari Junior, presidente da entidade.
Procurada, a Caixa afirmou que o aumento do teto para uso do fundo deve ser tratado com o Ministério da Fazenda que, por sua vez, não quis falar sobre o assunto. O conselheiro Ramalho Junior disse que a proposta de elevação do limite não foi discutida na última reunião do Conselho Curador do FGTS, em dezembro. O próximo encontro será em meados deste mês.
Escalada. Nos últimos anos, o preço dos imóveis em algumas regiões do País dispararam. Em São Paulo, entre janeiro de 2008 e dezembro de 2012, a alta foi de 159% e, no Rio, de 193,8%. O presidente do Zap Imóveis, Eduardo Schaeffer, diz que, entre os imóveis na Grande São Paulo, 13% custam R$ 900 mil e 32%, na faixa de R$ 1 milhão a R$ 3 milhões.
Apesar dos valores escandalosos nas grandes capitais, a maior parcela dos imóveis financiados no País (92%, em 2011) estão dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Em 2010, a parcela era de 96%. Nos últimos anos, a relação entre o valor financiado e o valor do imóvel passou de 53% em 2006 para 63,8% em 2012.
Na avaliação do vice-presidente de habitação econômica do Secovi-SP, Flávio Prando, o preço dos imóveis não deve subir se o teto para uso do FGTS for para R$ 750 mil. "Já há uma resistência para que os preços subam acima da inflação", diz. "Atualmente, só encontramos imóveis de dois ou três dormitórios de valores menores em bairros que não são da região central", afirma. A expectativa da entidade é que neste ano o preço dos imóveis em São Paulo acompanhe a inflação. O vice-presidente de economia do Sindicato da Construção de São Paulo (Sinduscon-SP), Eduardo Zaidan, tem a mesma opinião. "Não acredito que a mudança no limite seja tão significativa a ponto de mexer no nível de preço." Para ele, o que impulsiona os preços dos mercado é a demanda mais aquecida por conta de emprego, renda e crédito.