segunda-feira, 27 de maio de 2013

Só no empurrãozinho: Caixa oferece incentivos ao mutuário para continuar no ritmo de expansão

RIO - Houve quem achasse que o Feirão da Casa Própria da Caixa Econômica no Rio, este ano, corria o risco de virar feirinha. Afinal, com a desaceleração do mercado imobiliário, a oferta de imóveis no evento fora bem menor que em 2012: 31,8 mil unidades foram colocadas à venda, contra 46 mil do ano passado. Mas o esforço da instituição rendeu resultados.

O número de contratos firmados registrou crescimento, apesar de ligeiro, passando do total de 8.735 de 2012 para 9.017 (3,2% a mais). E os valores negociados foram além: alta de 25%, apurando-se, em 2013, R$ 1,5 bilhão, contra o R$ 1,2 bilhão do ano passado. Passaram pelo Riocentro, 71 mil visitantes.

- Nossa expectativa era atender em torno de 60 mil pessoas - diz a superintendente regional da Caixa no Rio, Nelma Tavares, admitindo, entretanto, que o pico de vendas do mercado imobiliário ficou para trás. - A velocidade das negociações agora está mais baixa. Os preços subiram muito. Mas estamos contratando direto, o ano todo.

Para impulsionar os negócios, entre as medidas adotadas pela Caixa está a promoção lançada no feirão, que permite que a primeira parcela de todos os financiamentos feitos até 30 de junho, em todo o país, seja paga só em janeiro de 2014. Além disso, o banco conta com seu programa Caixa Melhor Crédito, que reduziu juros em diferentes programas habitacionais do ano passado para cá. O que fez depois de reduzir prazos de pagamento.

Com isso, o balanço do primeiro quadrimestre dá sinais de que este ano será melhor que 2012: de janeiro a abril, foram emprestados R$ 3 bilhões para a casa própria no Rio, referentes a 24.527 contratos. No mesmo período de 2012, tinham sido firmados 23.015 contratos habitacionais, num total de R$ 2,55 bilhões, o que dá 17,6% a mais em caixa. No país, a diferença é ainda mais significativa, com essa variação chegando a 40,7%: em 2013, 409.800 contratos foram assinados, por R$ 36,1 bilhões, contra 311.965 contratos, por R$ 26 bilhões, entre janeiro e agosto de 2012. A Caixa , inclusive, já elevou a previsão de contratações de crédito imobiliário no país para este ano de R$ 120 bilhões para R$ 126,5 bilhões - ano passado, foram R$ 106,74 bilhões.

O fato é que as condições de crédito do banco não eram tão favoráveis, há décadas - o que, aliás, influencia as outras instituições. Pelo programa Caixa Melhor Crédito, os juros na compra de imóveis com valor até R$ 500 mil (dentro do Sistema Financeiro da Habitação) baixaram para entre 7,8% e 8,85% mais TR ao ano (seguindo o nível de relacionamento de mutuário e banco). Na compra de imóvel com valor superior a R$ 500 mil, os juros estão entre 8,4% e 9,4% mais TR. Na Carta de Crédito FGTS, voltada à baixa renda, a nova taxa vai de 4,5% a 8,4% mais TR ao ano.

- O mutuário tem gastos significativos com entrada, registro, mobiliário. Damos um tempo para ele se reestruturar financeiramente antes de começar a pagar o empréstimo - diz Nelma, explicando a promoção de pagamento só para janeiro do ano que vem.

O diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) Andrew Storfer, reconhece que as condições estão atrativas, mas recomenda cuidados com o comprometimento de renda:

- A tendência para a Selic nos próximos dois anos é girar entre 7% e 8%. Os juros, portanto, não ficarão muito abaixo disso. É provável que não desçam mais. Mas a inflação vai continuar mais forte, na média anual de 5%. Assim, é preciso que o mutuário se mantenha atento a seu endividamento.

Storfer ressalta que o apetite do mercado para "desovar" estoques também é grande, por isso as condições estão favoráveis. No feirão do Rio, a maioria das unidades ficava na Zona Oeste ou na Barra, onde há mais oferta. Do total de 31.820, 26.520 eram novos ou em construção e 5.300 usados, e 10.800 se enquadravam no Minha Casa, Minha Vida.

Até junho, o 9º Feirão da Caixa terá acontecido em 13 cidades do país. A previsão do banco é que o número de imóveis ofertados seja superior a 400 mil e que o volume de negócios fique de 20% a 25% acima dos R$ 12,2 bilhões movimentados em 2012. Já receberam o feirão: São Paulo, Fortaleza, Brasília, Uberlândia, Curitiba, Salvador, Rio de Janeiro, Florianópolis, Porto Alegre e Belo Horizonte. As próximas serão Belém, Recife e Campinas, entre os dias 14 e 16 de junho.

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