sexta-feira, 26 de abril de 2013

Reparos em obra custarão quase meio milhão para construtora e prefeitura de Manaus



Pavimento do retorno em frente ao CMA está sendo refeito com cimento reforçado, brita graduada e barras de ferro para aguentar passagem de veículos pesados (Antonio Menezes)

A obra de dois retornos na avenida Coronel Teixeira, Zona Oeste, feita na gestão do ex-prefeito  Amazonino Mendes (PDT)  causou um prejuízo de quase R$ 500 mil apenas com reparos. Cada retorno custou mais de R$ 2,2 milhões e foram entregues em desacordo com as especificações determinadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Cada reparo tem o custo de R$ 220 mil.
A atual gestão foi obrigada a refazer o retorno localizado em frente ao Comando Militar da Amazônia (CMA), desembolsando R$ 220 mil. A obra foi feita pela própria Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) e o dinheiro gasto era suficiente para entregá-la 100% finalizada. O retorno localizado entre o residencial Reserva Inglesa e o bar Kanamary, em Santo Agostinho, foi feito pela empresa Iza Construções e Comércio LTDA, vencedora da licitação que previa o pagamento de R$ 2,2 milhões, conforme o Diário Oficial do Município de  15 de outubro de 2012.
A empresa faz o reparo deste retorno e ficou responsável pelo gasto adicional com a obra, de acordo com a Secretaria Municipal de Infratestuura e Habitação (Seminfh). A pasta esclareceu que alterou o projeto e a empresa concordou em realizar o serviço na obra, que logo após da entrega apresentou problemas estruturais.
As irregularidades nos retornos foram críticas ao ponto de causar a interdição de ambos antes mesmo de completarem um mês de uso. Logo no dia da inauguração, dois dias antes de Amazonino deixar o cargo, o retorno do CMA se transformou em uma "piscina" durante uma chuva e deixou evidente que ela  foi feita sem rede de drenagem e declive adequado para escoar a água.
No mesmo período, o retorno localizado em frente ao residencial Reserva Inglesa apresentou os mesmos problemas de engenharia e acabamento final. Ambos foram feitos sem rede de esgoto e cuidado necessário para que o asfalto suportasse o peso dos veículos, o que originou o surgimento de crateras que impossibilitaram a passagem de veículos.
Ao contrário de qualquer obra pública ou privada realizada na cidade, durante toda a construção do retorno do CMA, a prefeitura não colocou nenhuma placa com informações que indicassem a quem pertencia à obra, qual o valor aplicado, o prazo de conclusão ou o nome do engenheiro responsável. Na época, A CRÍTICA questionou a gestão da Seminf que preferiu manter o detalhamento dos dados do projeto em sigilo.

Valores das obras estão sob análise

O retorno próximo a Reserva Inglesa, na Coronel Teixeira, é alvo de análise do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) que em janeiro deste ano determinou que a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) suspendesse os pagamentos à empresa Iza Construções. O valor de R$ 2.290.878,05 chamou atenção do Instituto Amazônico da Cidadania (IACi), que entrou com representação no TCE-AM, no dia 20 de dezembro  para que o órgão avaliasse o contrato de licitação.
Os dois retornos continuam interditados. O que fica próximo a Reserva Inglesa está com a obra mais adiantada. O retorno em frente ao CMA tem previsão de entrega para o próximo mês. As falhas foram corrigidas pela atual gestão. O pavimento está sendo feito com cimento reforçado e brita graduada, além de barras de ferro que dão maior sustentação à base asfáltica e estabilidade a veículos pesados.
A prefeitura também precisou fazer 600 metros de rede de drenagem profunda que não existiam no local, além 30 caixas coletoras para receber a água da chuva e 600 metros de meio fio. No retorno, também foi feito o assentamento de tubos para passagem de água, além de aterro hidráulico.

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