segunda-feira, 1 de abril de 2013

Retomada depende de áreas adequadas para construção

Divulgação As principais características do ano passado foram a redução dos empreendimentos e a redução dos estoques disponíveis
 Comparando janeiro de 2012 e de 2013, as vendas de imóveis novos na cidade de São Paulo caíram 20,6%, enquanto os lançamentos diminuíram 2,1%, segundo o sindicato da habitação (Secovi).

Os números são melhores no conjunto da região metropolitana (capital mais 38 cidades da Grande São Paulo), com o crescimento das vendas atingindo 11,5% no período. Sazonalmente, o primeiro trimestre costuma ser fraco para o setor imobiliário, mas, além disso, não parecem ter sido removidos os principais entraves ao setor.
O ano passado foi caracterizado pela conclusão de empreendimentos e pela redução de estoques. A retomada prevista para este ano depende não apenas da demanda, mas da existência de áreas adequadas aos novos lançamentos, do poder aquisitivo dos mutuários finais e das condições gerais da economia. As três hipóteses não estão plenamente satisfeitas, pois, em média, os preços pedidos subiram mais que os salários, muitos compradores estão endividados e o ritmo geral das atividades é lento.
Um ingrediente necessário, mas insuficiente para a retomada, é a oferta de crédito. Grandes bancos esperam alta de 30% na oferta de crédito. Entre os meios que assegurariam esse crescimento estaria a elevação do teto dos financiamentos pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) de R$ 500 mil para R$ 750 mil, proposta ao governo por agentes financeiros privados e públicos, como a Caixa Econômica Federal (CEF). Isso facilitaria a comercialização de imóveis para a classe média nas metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro.
A questão central parece ser a da disposição do comprador de tomar crédito para adquirir imóvel novo ou trocar o imóvel.
No regime (passado) de juros reais elevados, era maior a possibilidade de assumir prestações altas, quando o mutuário tinha reservas financeiras bem remuneradas. Agora, nem a perspectiva de valorização dos imóveis, como ocorreu nos últimos anos, continua presente, o que é um desestímulo a mais.
Uma análise divulgada na segunda quinzena de março pelo departamento de economia do Bradesco mostrou um recuo trimestral de 9,5% nas vendas de imóveis na capital, numa comparação que elimina os efeitos sazonais. Mas o índice de velocidade das vendas cresceu em relação a dezembro - um fato positivo.
O comportamento das construtoras parece essencial para a recuperação, pois poucas divulgaram balanços favoráveis relativos a 2012. Embora os empreendedores imobiliários continuem otimistas, é provável que prefiram evitar riscos excessivos. (Fonte: O Estado de S. Paulo)

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